Muito além de um meio de transporte que facilita a vida das pessoas, a compra de um carro significa a realização de um sonho. No entanto, para a conquista não virar pesadelo, você precisa saber escolher o carro ideal para o seu bolso e que atenda às necessidades da sua família.
Se deixar levar pela emoção e pelas aparências nesse momento é arriscado. Na hora de decidir, é preciso colocar na balança o fator financeiro e a funcionalidade do bem. Caso contrário, você corre o risco de precisar se desfazer do carro por descobrir tarde demais que aquele modelo não cabia no seu orçamento ou trocá-lo porque não era adequado à sua rotina familiar.
Para ajudar você a fazer uma escolha certeira, preparamos este artigo. A seguir, você vai ver o que precisa considerar na hora de escolher o carro ideal. Boa leitura!
Porque você precisa garantir os recursos necessários para arcar com os custos do bem. Simples assim! O planejamento serve para fazer uma escolha segura, sem prejudicar o pagamento de despesas essenciais da casa, e para evitar apertos no futuro.
Adquirir um carro não é uma questão supérflua, pois ele melhora a qualidade de vida da família. Você economiza tempo no deslocamento para o trabalho, fica mais fácil levar as crianças na escola, fazer compras, viajar, aproveitar atividades de lazer, principalmente no horário noturno etc. Entretanto, toda essa comodidade tem um preço.
Um carro representa um gasto financeiro significativo que vai comprometer uma fatia da sua renda mensal. Portanto, antes de assumir uma despesa dessa magnitude, é preciso organizar as finanças. No próximo tópico, você vai conhecer os elementos fundamentais para planejar a compra do carro ideal.
Tem que fazer as contas — e muitas! Um erro muito comum na hora de comprar o carro é incluir apenas as parcelas do financiamento nas despesas do mês. No entanto, existem uma série de outros fatores que pesam no valor do bem. Sendo assim, tem que planejar. Veja algumas dicas práticas para nortear a sua escolha.
O primeiro passo é verificar como está a sua situação financeira atual. Nesse momento, você deve colocar todas as contas na mesa e somar as despesas da casa: aluguel ou parcela da casa, escola das crianças, contas de água, luz, telefone, internet, supermercado, cartão de crédito etc.
Se você já anda com as contas apertadas, é hora de cortar despesas desnecessárias para sobrar dinheiro no final do mês. Existe uma série de pequenos gastos que aparentam ser insignificantes, mas que pesam no orçamento familiar: café da manhã na padaria, almoçar fora, pizza do final de semana, smartphone do ano, planos de celular, entre outros.
A família toda precisa comprar a ideia e ajudar a economizar. Depois dessa autoanálise e de fazer todos os ajustes necessários no orçamento, é possível concluir o quanto da sua renda que você poderá comprometer para a compra do novo bem de consumo. Portanto, na hora de escolher o carro ideal, é importante que os gastos mensais não ultrapassem esse valor reservado.
Comprar um carro à vista não é uma tarefa fácil. É um investimento grande e você pode demorar alguns anos para conseguir juntar todo o dinheiro necessário para a aquisição. Nesse meio tempo, você ficaria sem carro.
É por isso que boa parte dos brasileiros prefere o financiamento para conseguir realizar o sonho. Dados da Associação das Empresas Financeiras e Montadoras (ANEF) mostram que 52% das vendas de carros, em 2018, foram feitas por meio de financiamento. Ainda de acordo com o relatório, o número médio de parcelas ficou em 43,6.
Se esse é o seu caso, você precisa calcular o valor das parcelas para ver se elas cabem no seu bolso. Use um simulador de financiamento para estimar o valor que será pago mensalmente. No geral, as financeiras oferecem prazos de 3 a 60 meses para o pagamento.
Para não ter problemas para arcar com as prestações, a recomendação é que elas comprometam, no máximo, 30% da sua renda. Portanto, volte à análise do orçamento para delimitar o valor que você pode gastar com o financiamento.
Mesmo que as parcelas pareçam suaves, é bom manter o pé no chão. Boa parte das financeiras exige, pelo menos, 20% do valor do carro como entrada. Portanto, quanto mais caro for o carro, maior será o valor da entrada.
Também tem documentos, IPVA, licenciamento, taxa de transferência etc. Esses gastos ficam em torno de 10% do valor do bem. Ao escolher um carro de R$30.000,00, por exemplo, você vai desembolsar cerca de R$9.000,00 logo de cara.
Aqui entra o planejamento financeiro, mais uma vez, para garantir os recursos necessários para arcar com esses gastos iniciais. O ideal é dar o máximo de entrada possível para conseguir melhores condições de financiamento, reduzir o valor e a até a quantidade de parcelas.
Se ainda não tiver o dinheiro da entrada, você pode pegar aquele valor que sobrou do orçamento e guardá-lo todos os meses até atingir o montante necessário. Nesse meio tempo, aproveite para amadurecer melhor as suas escolhas e fazer pesquisas mais aprofundadas para encontrar o carro ideal.
Não são só as parcelas do carro que precisam caber no orçamento. Há ainda os custos contínuos que, mesmo após quitar o bem, vão continuar existindo. São eles:
Esses valores variam de acordo com cada modelo. Automóveis importados e mais potentes costumam ter um custo mais elevado de manutenção. Portanto, o carro ideal é aquele que tem custos de manutenção que cabem no seu bolso.
Pode parecer estranho falar em revenda quando o assunto é a compra do carro ideal, certo? Mas é assim mesmo, pois você não ficará com o mesmo bem a vida toda. Portanto, na hora de comprar, você já deve pensar em como ele desvalorizará com o passar dos anos.
O valor de revenda leva em consideração a depreciação do carro, ou seja, os danos causados por desgastes naturais de uso. Quanto mais tempo de uso, maior o desgaste e, por consequência, menor será o valor do carro.
Os carros zero quilômetro são os que mais sofrem com a depreciação. Só de sair da concessionária, o automóvel já perde 20% do seu valor. Além disso, os dois primeiros anos de uso constituem o período mais crítico de desvalorização. A partir do terceiro ano, a depreciação fica mais lenta e você pode pagar um valor bem mais em conta pelo carro ideal.
Para não sofrer tanto com a depreciação, o melhor caminho é optar pelos carros populares e de alta procura pelo mercado. Os importados costumam sofrer uma maior desvalorização, porque são mais difíceis de revender e as peças para manutenção são mais caras e complicadas de achar.
Para calcular o valor de revenda, você pode levar em consideração três fórmulas. Veja quais são elas.
Os índices estabelecidos pela Receita Federal preveem uma taxa de depreciação de 20% ao ano para carros novos. Isso representa uma vida útil de apenas 5 anos, e não é muito condizente com a realidade.
De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), a idade média da frota circulante no Brasil é de 9 anos e 6 meses.
Portanto, você pode usar os índices da Receita Federal como parâmetro, mas não como uma regra. Afinal de contas, vários outros fatores influenciam na depreciação.
A Tabela FIPE é a principal referência para os preços de carros novos, seminovos e usados. O índice é calculado a partir da coleta de preços praticados pelo mercado nacional. O quadro é atualizado todos os meses e leva em consideração o ano-modelo, a versão e a motorização.
O IPVA e o seguro, por exemplo, são calculados com base nos valores dessa tabela. No entanto, existem outras particularidades de cada carro que podem valorizar ou desvalorizar o bem na hora da revenda.
Esse é o melhor método para calcular a depreciação do bem. Cada carro é único e fatores como quilômetros rodados e o estado de conservação contam muito na hora de definir o valor de revenda.
Para calcular o desgaste, você precisa considerar como ele será usado. Quantas vezes por semana vai utilizá-lo? Qual será a distância percorrida? Vai carregar muito peso nele? O carro ficaria muito tempo exposto ao sol em estacionamentos descobertos?
Carros com baixa quilometragem, por exemplo, geralmente são mais valorizados, pois sofreram menor desgaste no motor. Por outro lado, rasgos no estofado, danos na pintura, riscos e amassados na lataria indicam má conservação e desvalorizam o bem de consumo.
As alterações no carro também contribuem para uma maior depreciação. Imagine, por exemplo, um carro tunado. Apesar de o dono investir um bom dinheiro na personalização, esses custos não são agregados ao valor do carro. Pelo contrário: a instalação de acessórios extravagantes e de gosto pessoal reduzem o preço de revenda.
Mesmo que você seja prudente no trânsito e tome todas as precauções quanto à manutenção do carro, ninguém está livre do fator surpresa. Imprevistos acontecem e você pode ter gastos não planejados: multas, acidentes, reparos, entre outros.
Imagine que você perdeu ou quebrou a chave do carro, por exemplo. Dependendo do modelo do automóvel, a cópia de uma chave codificada pode ultrapassar R$900,00. É um gasto surpresa significativo. Portanto, faça uma reserva de emergência para contemplar imprevistos. Assim, você poderá curtir o carro com tranquilidade.
Por fim, você precisa somar todos esses gastos. O resultado dessa conta precisa ser inferior ao que você conseguiu reservar durante a análise do orçamento. Caso compre o carro sem tomar esse cuidado, você pode ter que se desfazer dele antes do previsto por não conseguir mantê-lo. Portanto, planejamento é a palavra-chave na hora de comprar o carro ideal.
Tão importante quanto o carro caber no seu bolso é ele atender às suas necessidades e de todos que usarão o automóvel. Se você tem esposa e filhos, por exemplo, não faz sentido adquirir um carro compacto com apenas dois lugares. Logo, você deve considerar alguns elementos básicos na hora de procurar o carro ideal como:
Depois de pensar nessas questões, você já terá uma visão mais clara do tipo de carro que precisa. Adiante, você vai ver o que levar em consideração na hora da escolha.
Não se deixe levar pela beleza do carro, nem por um desejo pessoal. É claro que o fator emocional interfere na decisão e deve ser considerado, já que você não quer dirigir por anos um carro que detesta, não é mesmo? No entanto, não dá para deixar o elemento racional de lado. Se o carro dos seus sonhos não for útil para você, a compra terá sido em vão.
Além disso, é muito comum que a aquisição seja motivada por desejos utópicos. Quem não tem o hábito de acampar e fazer trilhas, por exemplo, não se tornará um aventureiro pelo simples fato de adquirir um carro esportivo.
Portanto, escolha o mais adequado à sua rotina. A seguir, você vai ver os principais tipos de carros e em quais situações eles são recomendados.
Os carros de modelo hatch são compactos e, geralmente, os mais simples e baratos do mercado. Por serem leves e com dimensões reduzidas, eles são mais fácil de manobrar e cabem em qualquer vaga de estacionamento.
Esse tipo de carro é ideal para quem dirige mais na cidade para atividades comuns do dia a dia. Geralmente, ele vem com motor 1.0, flex, tem um bom desempenho no trânsito urbano e, principalmente, é econômico.
Agora, para quem enfrenta rodovias com frequência, o carro hatch não é indicado. Como o porta-malas é acoplado à cabine de passageiros, ele é apertado para viagens longas e tem pouco espaço no bagageiro.
Exemplos: Fiat Uno, Ford Ka e Volkswagen Gol.
Dentro dessa categoria, ainda tem o hatch esportivo que tem um motor entre 1.2 e 1.6 e são um pouco mais espaçosos. No entanto, são mais caros que os compactos.
Exemplos: Fiat Punto, Volkswagen Golf e Renault Sandero.
Os sedans têm o formato mais alongado. Por isso, oferecem mais conforto ao motorista e aos passageiros. A carroceria deles é dividida em três partes: motor, cabine de passageiros e porta-malas. Por causa dessa separação, o espaço destinado ao bagageiro é maior.
Sendo assim, esse tipo de carro é recomendado para famílias maiores — até 5 pessoas — e para quem costuma viajar com frequência. Dentro dessa mesma categoria, existem desde modelos básicos até os mais luxuosos:
Também conhecidas como caminhonetes, as picapes são carros com caçamba traseira descoberta. Esse tipo de carro é ideal para transportar pequenas cargas, que os carros tradicionais não comportam. Existe a opção de cabine simples (2 lugares) ou dupla (5 lugares).
Eles transitam bem em estrada de terra e podem ser usados por profissionais autônomos que precisam carregar equipamentos pesados de trabalho no dia a dia. No entanto, ele não é recomendado para quem não precisa dessa funcionalidade. Isso porque a suspensão dele é mais dura, justamente para suportar as cargas. Sendo assim, em alguns modelos, o motorista pode sentir desconforto ao dirigir o carro com a carroceria vazia.
Exemplos: Fiat Toro, Chevrolet S10 e Toyota Hilux.
SUV é a sigla, em inglês, para Sport Utility Vehicle — em português, veículo utilitário esportivo. Os carros desse tipo são a sensação do momento. Nos últimos cinco anos, a categoria cresceu consideravelmente e hoje ocupa a segunda colocação no mercado nacional, perdendo apenas para os hatches compactos.
De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, 24,4% das vendas de carros, em 2018, foram de SUVs. Em 2014, essa taxa era de 10,8%.
O SUV é robusto, imponente, tem um grande espaço interno e oferece conforto para todos os passageiros. Com tração nas quatro rodas, ele apresenta bom desempenho tanto na cidade quanto em trilhas e estradas de terra.
Por serem altos, eles são uma boa opção para quem vive em regiões que sofrem com enchentes. Além disso, a altura oferece uma certa vantagem visual ao motorista.
No entanto, tanta grandiosidade tem o seu preço: os SUVs são caros. Muitas vezes, o motorista o escolhe apenas pela beleza e para ter status, mas, no fundo, as funcionalidades dele são desnecessárias para a rotina familiar.
Lembre-se de que é necessário ter espaço na garagem para acomodá-lo. Como ele é grande, você pode encontrar dificuldades para estacioná-lo em vagas muito apertadas e fazer baliza.
Exemplos: Jeep Renegade, Renault Duster e Honda HR-V.
Se a sua família é composta por mais de 5 membros, você precisa de um carro maior para conseguir transportar todo mundo. A minivan pode acomodar até 8 pessoas — dependendo do modelo — com muito conforto.
O carro também é recomendado para famílias menores, mas que fazem longas viagens com frequência. Geralmente, os bancos da minivan são dispostos em três fileiras, e a última pode ser dobrada e embutida no assoalho para dar espaço a um bagageiro generoso.
Exemplos: Hyundai Santa Fé, Chevrolet Spin e Toyota SW4.
Depois de considerar as funcionalidades do carro, você já terá algumas marcas e modelo em mente. Então, o próximo passo é decidir pelo novo, seminovo ou usado.
Quanto menor for o tempo de uso do carro, maior será o investimento inicial. Por outro lado, você vai gastar menos com as manutenções. Isso não significa que o carro novo é sempre a melhor opção. Entenda a seguir!
O carro zero quilômetro é aquele que acabou de sair da fábrica e tem um cheiro inconfundível de novo. Como ele ainda não sofreu nenhum desgaste, os custos com manutenção são menores. Em caso de mau funcionamento, o carro zero tem garantia de fábrica.
Essa é uma boa opção para quem tem uma situação financeira mais confortável e já teve outros carros no passado. Já para os marinheiros de primeira viagem, essa não é a alternativa mais viável. Quem nunca teve carro costuma causar danos involuntários no bem por causa da falta de experiência. Assim, o valor de revenda cai.
Ainda tem os custos do primeiro emplacamento e o fator depreciação. Já falamos que só de sair da concessionária o carro novo perde cerca de 20% do valor, lembra? Então tem que levar esse dado em consideração na hora de escolher o carro ideal.
O carro seminovo é aquele com, no máximo, três anos de uso, teve um único dono e rodou, em média, 12.000 quilômetros por ano. Como ele já sofreu depreciação, você consegue achar carros com características de novos, mas com um valor bem mais acessível e até com garantia de fábrica. É possível encontrar, inclusive, modelos completos pelo mesmo valor de um novo básico.
O cuidado que você precisa ter aqui é em relação à documentação do carro e se o antigo dono fez todas as revisões obrigatórias. Mesmo com pouco tempo de uso, o bem pode estar em péssimo estado de conservação, além de multas e impostos pendentes. Se você tiver que arcar com esses custos, aí o negócio pode não ser tão vantajoso.
Nessa categoria se enquadram os carros com mais de três anos de uso e que podem ter passado pelas mãos de mais de um dono. No geral, quanto mais velho for o carro, menor é o valor dele e maiores serão os custos de manutenção.
No entanto, essa não é uma regra. Você consegue encontrar carros com dez anos de uso bem mais conservados que alguns que circulam há apenas cinco anos. Portanto, o ideal é avaliar o carro com muita atenção. Observe a quilometragem, a lataria, os estofados, a mecânica e a parte elétrica. A compra do usado pode ser bem vantajosa, principalmente, para quem está com o orçamento mais apertado.
Fuja apenas dos carros muito velhos. Apesar de o valor de compra ser baixo, a manutenção é cara e, muitas vezes, você nem consegue encontrar peças para o reparo por causa da idade do automóvel.
O carro ideal é aquele que cabe no seu bolso e atende às necessidades da sua família. Para encontrá-lo, não tem mistério: basta seguir as dicas deste post e pesquisar muito. Lembre-se de fazer todas as contas com atenção para não deixar nenhuma despesa de lado. Assim, você conseguirá fazer uma compra segura para usufruir do bem sem estresse e preocupações.
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