Quem não tem condições de arcar com um veículo zero-quilômetro pode encontrar boas opções entre os modelos seminovos e usados. O problema é que veículos nessas condições podem ter defeitos escondidos e dar a maior dor de cabeça no futuro. É por isso que uma das melhores dicas para comprar carros usados é: faça as perguntas certas ao vendedor.
Carros muito rodados, com problemas na documentação, com falhas mecânicas ou que sofreram acidentes sérios, por exemplo, podem ter altos custos de manutenção. É como dizia aquele famoso ditado: o barato que sai caro.
Para ajudar você a não cair nessa cilada, preparamos este artigo. Veja, a seguir, 8 perguntas fundamentais para fazer ao vendedor na hora de negociar um carro usado!
O motivo para uma pessoa passar o carro para frente diz muito sobre a funcionalidade e o estado de conservação do bem. Se o dono disser que precisa vendê-lo porque ele não tem espaço suficiente para a família dele, por exemplo, você pode usar essa informação para entender se aquele modelo vai atender às suas necessidades ou não.
Além disso,é bom observar o comportamento do vendedor porque nem sempre ele vai dizer a verdade. Ninguém falará abertamente que precisa se livrar do carro porque ele apresenta problemas com frequência, não é mesmo? Portanto, veja se o vendedor dá respostas vagas, se ele gagueja ou entra em contradição. Esses são alguns sinais de que ele esconde alguma coisa importante sobre as condições do carro.
Carros zero-quilômetro têm garantia de fábrica. Dependendo da marca, essa cobertura pode chegar até cinco anos. Ou seja, se você pretende comprar um veículo seminovo ou usado que ainda esteja dentro da garantia, terá direito de usufruir o tempo que resta. Geralmente, essa proteção inclui acessórios originais, suspensão e itens mecânicos.
No entanto, você tem proteção mesmo com essa garantia expirada. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, todos os bens duráveis têm garantia legal de 90 dias, mesmo que usados. Nesse caso, quem oferece a garantia é a loja que vendeu o carro, não a montadora.
Na concessionária, é possível negociar um prazo a mais e até tentar incluir algumas proteções extras no contrato. Agora, nas compras feitas diretamente com o proprietário, é bom ter cuidado dobrado. Isso porque, para fazer seus direitos valerem, muitas vezes, é necessário até brigar na justiça.
Nem sempre um carro com dois anos de uso, por exemplo, está mais bem conservado que um que roda há mais de quatro anos. Na verdade, a vida útil de um veículo é medida pela quilometragem.
Carros que rodaram pouco são mais valorizados porque, em teoria, sofreram menos desgaste nas peças. Sendo assim, o ideal é escolher aqueles em que o hodômetro marca, aproximadamente, 60 mil quilômetros.
Por outro lado, isso não significa que os veículos com maior quilometragem devem ser cortados da sua lista. Carros de até 160 mil quilômetros rodados, se bem conservados, também podem ser uma boa opção. Mas já tenha em mente que o custo de manutenção será maior.
Apesar de a quilometragem ser um bom parâmetro para avaliar a depreciação do veículo, é importante considerar também como ele era usado. Um carro que vive na garagem, por exemplo, terá poucos quilômetros rodados, mas poderá apresentar defeitos sérios por ficar muito tempo parado.
Então, pergunte ao dono do carro como ele era usado: para trabalhar, levar as crianças na escola, passear, viajar etc. É comum que o carro de um motorista de Uber tenha sofrido mais desgaste que um automóvel utilizado apenas para passeios e viagens aos finais de semana.
Jamais compre um carro sem documentação. Esse veículo pode ser fruto de roubo e você poderá enfrentar sérios problemas na justiça por esse motivo. Isso sem contar o dinheiro perdido. Sendo assim, certifique-se de que a situação do veículo é regular.
Pergunte também ao vendedor sobre a quitação de multas, IPVA e DPVAT. Inclusive, é muito comum encontrar carros com valor abaixo do mercado justamente por causa das dívidas que ele tem.
Nessa situação, o recomendado é fazer as contas direitinho e ver se o valor abatido compensa os custos extras. Aliás, o pagamento dessas dívidas deve ser feito à vista, viu? Isso porque, para fazer a transferência da documentação, o carro não pode ter nenhum débito.
Contudo, não acredite apenas nas falas do vendedor. Entre no site do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e na página do Departamento de Trânsito (Detran) do seu estado para consultar a situação do veículo. Lá você vai ver se existem ocorrências de furto ou roubo ativas, penhora judicial, multas etc.
Os custos de manutenção de veículos que passaram por acidentes sérios, geralmente, são mais altos e frequentes. O motivo é simples: vários componentes internos foram substituídos, remendados e podem dar problema a qualquer momento. Portanto, pergunte se o carro já sofreu alguma batida feia ou se já foi afetado por enchente.
É possível verificar se as informações passadas pelo vendedor são verdadeiras ao olhar cuidadosamente o carro. Diferença na textura e tonalidade da pintura — mesmo que sutil —, irregularidade no alinhamento das portas, do porta-malas e do capô, por exemplo, são indícios de que o carro passou por um reparo grande. Já a ferrugem e o cheiro de mofo são sinais de que o carro já foi submerso.
Lembre-se de que carros sinistrados e oriundos de leilões não costumam serem aceitos por seguradoras. Isto é, se você comprar um carro nessas condições, terá dificuldade de assegurá-lo.
Carros que ainda estão na garantia precisam fazer revisões obrigatórias nas autorizadas. Se o antigo proprietário não tiver feito tudo direitinho, você não conseguirá usufruir da proteção de fábrica se ela ainda estiver em vigor. Além do mais, um carro que não está com a revisão em dia é uma bomba-relógio.
É por isso que é necessário questionar sobre o histórico de manutenções e até sobre o atendimento aos chamados de recalls. Isso garante que você tenha em mãos um carro seguro. Vale até pedir ao vendedor para ver o manual do proprietário. Nele, estão todos os comprovantes de que as revisões foram feitas nas autorizadas de acordo com as exigências do fabricante.
Agora, se o carro já não estiver mais na garantia, ainda assim, é importante saber sobre todas as manutenções feitas: quando os pneus foram trocados, data do último alinhamento, troca de óleo, substituição de velas de ignição etc.
Carros usados podem ter algumas manhas que só o dono conhece: uma porta que tranca de um jeito diferente, um macete para abrir e fechar os vidros, como dar partida em dias frios, entre outros. É bom que você conheça todos esses segredos para avaliar se a compra vale a pena ou não.
Algumas falhas são fáceis de serem consertadas, mas outras nem tanto. Caso algum defeito exija um investimento maior para reparação, negocie com o vendedor para que ele resolva o problema antes da venda.
Mais uma vez, o proprietário pode mentir nessa questão. É por isso que, independentemente das respostas dele, é importante pedir para um mecânico de confiança dar uma olhada no carro antes de fechar negócio.
Fazer as perguntas certas é uma das mais valiosas dicas para comprar carros usados. Afinal de contas, é nesse momento que você desenvolve uma relação de confiança com o vendedor e consegue avaliar se o veículo a venda está, de fato, em boas condições.
E aí, já está pronto para comprar o seu carro usado? Então, acesse agora mesmo o MeuCarroNovo e veja mais de 100 mil opções. Certamente, uma delas vai atender às suas necessidades!